Pega a visão! A árvore da vida

Pega a visão! Lendo o mundo nas entrelinhas. Se liga que o presente é coisa do passado! Um monte de história para criança inspirada em outras tantas, com dicas de Penélope Martins.

Pega a visão! A arte de ler para sobreviver 

A literatura enfrenta vários desafios para ser encarada como uma arte democrática e popular. Talvez, o primeiro deles seja a repetição constante de uma ideia equivocada de que “ninguém lê no Brasil”, algo completamente incompatível com a existência de editoras que atravessam dezenas de anos de trabalho, publicando narrativas brasileiras e estrangeiras, fortalecendo a memória e a cultura dos povos, como é o caso da Editora do Brasil, fundada em 1943. 

O ser humano lê como uma condição essencial de sobrevivência. Ler é uma atitude muito anterior ao próprio livro, uma capacidade de percepção que se afina na observação atenta, na escuta de histórias, na coleção de saberes necessários para lidar com a vida íntima, privada e pública.

Imagine a leitura como o poder especial da nossa espécie. Muito embora sem as garras afiadas dos grandes felinos, ou velocidade comparável, sem a força e resistência de elefantes ou rinocerontes, a frágil espécie humana têm se saído bem na arte de sobreviver. O segredo para tanto, o poder especial, só pode ser traduzido com uma única palavra: leitura. Como um radar ou um scanner, o ser humano mapeia, guarda informações, pensa, reflete, constrói narrativas, reproduz, cria coisas novas a partir de toda leitura que fez e faz do mundo ao redor. 

Ler é o poder especial da nossa espécie 

Por outro lado, a leitura de um livro literário convida ao abandono do que se entende como tempo de ação, é um mergulhar no silêncio profundo, muito embora esse universo de quietude revele personagens barulhentos, desperte memórias que gritam, crie diversos pensamentos. Não seria tão difícil encontrar mais leitores de livros se esses objetos fossem apresentados com afeto para todas as pessoas, e que elas pudessem ter acesso não só as publicações, mas às conversas sobre livros e leituras.

Contudo, se a leitura literária com o livro em mãos ainda não é uma realidade para a maioria das pessoas, por diversas razões – inclusive de vulnerabilidade econômica e social, a leitura das histórias escritas já se faz presente cotidianamente com a utilização dos meios digitais de comunicação. Aliás, na configuração da contemporaneidade, leitores e escritores despontam em redes sociais, compondo poemas, comentando os mais diferentes tipos de assuntos, publicando crônicas da vida cotidiana.

Pessoas leem e escrevem, e o fazem porque é preciso expressar o que pensam e sentem.

Histórias são árvores da vida 

Diferente da palavra falada, a escrita traz em si um registro importante para a travessia histórica da humanidade. Contar histórias sempre foi uma ação presente nas mais diversas formas de coletividades, especialmente para transmitir saberes e valores, refletindo os benefícios da cooperação entre os envolvidos desse pacto social. 

Mas, o contar histórias com a palavra escrita e a instrumentalidade do livro, pode ser vista como material perene para que no futuro saibamos da origem, pensando as experiências contextualizadas no tempo e no espaço como uma projeção do que se pretende.

Como uma imensa árvore, a história possui raízes profundas fincadas e espalhadas por dentro da terra que, apesar de não serem vistas, sustentam todo o desenvolvimento do tronco e da copa, das folhas e da florada que poderá se transformar em frutos. Existe uma origem nas raízes, uma semente que inicia o processo, e que, de maneira sutil, vive e se perpetua em outras tantas sementes a partir desse ciclo contínuo de vida. Curiosamente, os livros, não só pela utilização originária da forma em papel, também constituem parte dessa grande árvore.

Cai dentro!

Por falar em árvore, separamos duas dicas cinematográficas que farão você percorrer as entranhas da terra com a emoção genuína de quem explora a história. São eles: 

  1. Sete minutos depois da meia-noite

    Conor, um garoto de 13 anos de idade, vive o drama da doença de sua mãe e a ausência do pai, além de ser maltratado por colegas de escola. Todas as noites, o mesmo sonho de uma gigantesca árvore o desperta, e as histórias que o ser monstruoso conta, transformam completamente a realidade do protagonista. 
  2. Meu pé de laranja lima

    Inspirado no livro homônimo de José Mauro de Vasconcelos. Zezé tem 8 anos, e para compreender a vida e a morte, uma árvore serve de amparo para que ele escreva sua própria história. 

Quer mais?

Além das árvores protagonistas, outras produções inspiram a pensar metaforicamente as árvores como presenças ancestrais. É o caso de Avatar, também do Senhor dos Anéis, e a animação O segredo além do jardim. Conhece?

Se liga!

Nas prateleiras da nossa biblioteca, conheça Como Subir em Árvores, de Tiago de Melo Andrade. Uma coleção de crônicas curtas e outras curtíssimas, em que o autor rememora a infância, a juventude e uma reflexão sobre o envelhecimento, encarando a origem como ponte para o futuro.

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@livrissimo Prepare-se para uma viagem ao passado com um toque de futurismo! 🌌 Neste texto da coluna "Pega a Visão", a autora Penélope Martins nos apresenta as inovações visionárias de Júlio Verne, um dos grandes mestres da ficção científica. 📚 Confira em: https://bit.ly/3NQwYCb #Livríssimo #PegaAVisão #JúlioVerne #FicçãoCientífica #FYP ♬ som original – Livríssimo
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