Pega a visão! Se liga que o presente é coisa do passado! Um monte de histórias inspiradas em outras tantas, com dicas de Penélope Martins.
Você é do time que gosta ou não de terror?
Histórias de terror geram opiniões antagônicas: uns amam, outros odeiam. Não tem meio termo quando o assunto é nossa capacidade de lidar com o suspense, o susto e o medo.
Curiosamente, as histórias de amor são uma unanimidade. Todo mundo tem seu par favorito, sua playlist melosa e suas expectativas de encontrar alguém que lhe ofereça o combo: romance com borboletas no estômago.
Na minha modesta visão de mundo, não existe nada mais amedrontador do que uma história de amor. É como saltar de paraquedas no abismo sem ter o paraquedas. Porque não dá para viver um grande amor sem ousar mergulhar em lugar que não dá pé. Ou seja, você tem que confiar naquilo que alguns chamam de instinto, seguir a tal enigmática intuição e ir em frente como se não existisse amanhã.
Clássicas histórias de amor pautam o nosso imaginário para confirmar que tudo pode dar errado, até mesmo quando parece ter nascido para dar certo.
E o que dizer quando a combinação explosiva do enredo mistura terror e amor? Até hoje, o conflito que mais me chama atenção nesse sentido é a trágica experiência daquele conde da Romênia. Sim, Drácula é meu par romântico.
Pega a visão! Já percebeu que Drácula mistura amor e terror?
O destemido herói de guerra, que defendeu seu território da invasão Otomana, tinha como prática empalar seus inimigos. Um doce de pessoa. Mas esse mesmo homem ocupa as páginas de todas as histórias de amor e de horror, ainda que nas entrelinhas, por vencer a morte em busca do reencontro com sua amada. Que amor é esse, hein?
É claro que para se tornar imortal, reza a lenda, o conde resolveu chupar uns bons litros de sangue de inúmeros pescocinhos. Simbolicamente, quem nunca experimentou dentro de si esse desejo de vingança ao se sentir injustiçado?
Agora resta saber, na sua opinião, Drácula foi vítima da sua própria tragédia ou o vilão dos séculos?
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Cai dentro!
Drácula é inspirado na figura do rei Vlad III, que nasceu em 1431, Idade Média. A história de sugar sangue para se manter imortal já era lenda antes de seu nascimento. Bram Stoker imortalizou a figura do Conde Drácula com seu romance de 1897, tornando-o um dos personagens mais citados da literatura inglesa.
Há quem defenda que esse tipo de literatura é demoníaca. Por outro lado, o livro sagrado do cristianismo, a Bíblia, é tido como a conexão com o divino e suas páginas contêm romance, aventura, drama e doses cavalares de terror, como o episódio em que Salomé pediu que lhe entregassem a cabeça de João Batista sobre uma bandeja de prata. Não é diferente em outros livros sagrados, de outras religiões, o que faz parecer aceitável que a narrativa de horror seja construída como ferramenta para afastar de nós as atitudes cruéis e aumentar a nossa coragem.
Pode ser que ninguém se depare com um sugador de pescoços ou uma degoladora de profetas, contudo, todos teremos que perseverar com esperança frente às notícias catastróficas que assolam a humanidade com total desumanidade.
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Conheça “Antes do alvorecer”, um conto escrito por Caio Riter, ilustrações de Tiago Sousa, que vai congelar o sangue das suas veias. Vai encarar?
