Há muito se estuda o impacto da mãe na família, mas a importância da figura paterna na vida dos filhos é um assunto recente para a psicologia e a ciência. Enquanto os estímulos entre mãe e bebê na gravidez, a amamentação e a figura materna na criação das crianças sempre foram discutidos – pelo meio acadêmico e pela sociedade – as relações entre filhos e pai começaram a ser colocadas em foco nos anos 70.
É mais que válido que esse debate entre cada vez mais nas pautas tanto científicas quanto de apelo popular. O abandono paterno é uma realidade no Brasil, e o país ainda normaliza a figura do pai como aquele que apenas trabalha fora, mas não contribui para a educação dos pequenos dentro de casa.
Dica! Para compreender mais a situação da paternidade no Brasil, vale a pena conferir o relatório da ONG Promundo.
A importância do pai na criação dos filhos desde a primeira infância
As interações entre pai e filho nos primeiros três anos de vida são essenciais para o desenvolvimento saudável da criança. Nessa fase, ela depende totalmente dos adultos para executar qualquer tarefa e forma preciosos laços emocionais. É o pai quem costuma estabelecer a primeira relação com o bebê após a mãe – em casos de família ligadas biologicamente, é claro –, então ele precisa ser presente para fortalecer os vínculos.
Vale lembrar que a importância da figura paterna na vida dos filhos vai muito além da segurança financeira e física da família. A participação do pai inclui o carinho de segurar no colo, dizer palavras gentis e planejar atividades juntos, além do cuidado do dia a dia em trocar fraldas, dar medicações e ajudar na lição de casa, por exemplo.
Com isso, ele está contribuindo para a educação escolar e emocional dos pequenos. O envolvimento paterno na criação está relacionado aos problemas de comportamento, como agressividade infantil. Pais afetuosos e participativos formam pessoas mais conscientes e estáveis a respeito de seus sentimentos e dispostas a dialogar, não a xingar ou agredir.
A figura paterna deixa um legado para toda a vida
Os benefícios emocionais do homem comprometido na criação dos filhos acompanham o indivíduo conforme cresce, não apenas na infância. O modo como o pai trata a criança lhe servirá como exemplo de tratamento para diferentes relações sociais, como amigos e cônjuge.
Portanto, um relacionamento com respeito, afeto, momentos de diversão e de conversa cria um modelo positivo e sólido. Infelizmente, pessoas que cresceram em ambientes omissos e violentos, por exemplo, normalizam esses comportamentos e passam a agir ou aceitar a violência nos seus relacionamentos na fase adulta.
Participando da vida dos filhos
A importância do pai na criação dos filhos existe desde antes de sua chegada. O homem já pode se demonstrar proativo no acompanhamento do pré-natal, ou nas etapas da adoção em caso dos filhos do coração, na decoração do quarto e na concepção do enxoval. Imagine seu filho mais velho ouvindo você contar a história de como foi o primeiro ultrassom ou que montou seu berço, ele vai se sentir muito querido.
Após sua chegada, o novo papai pode conversar com o filho sobre temas de seu interesse, mesmo que ele ainda não fale. Isso o ajuda na aquisição da linguagem e na identificação da voz do pai, sentindo-se amparado quando a escuta. A comunicação pode acontecer nas ocasiões em que o homem troca fraldas, dá banho e ajuda na alimentação, afinal, pais presentes também realizam essas atividades, não apenas a mãe.
Conforme a criança amadurece, o pai consegue planejar atividades divertidas e criativas para fazerem juntos. Mas calma, isso não significa necessariamente grandes planos, como uma viagem ou um passeio elaborado! Inclui também os momentos do dia a dia em que vocês escutam música juntos, desenham, assistem a um filme, testam alguma receita na cozinha e conversam sobre o dia antes de dormir.
Uma boa atividade a ser desenvolvida é ler para ou com a criança. Além do momento de pai e filho, já mostra ao pequeno o valor da leitura, formando um novo leitor. A dica Livríssimo é a obra Palavra de Filho, um exemplo de como a comunicação transforma a relação entre um pai e um filho. Ideal para crianças a partir dos 8 anos, você pode ler um pouco do livro todas as noites enquanto coloca o pequeno para dormir.
Por fim, não deixe de acompanhar seu filho ao pediatra e frequentar as reuniões escolares. Ouvir os profissionais que acompanham o desenvolvimento da criança faz parte de uma criação atenta e comprometida.
