“Ser ou não ser? Eis a questão”. Esse é um dos diálogos que mais foram pronunciados por inúmeros atores nos últimos quatro séculos nos palcos, nas telas ou por leitores apaixonados.
Carregadas de poderosos símbolos, as palavras de abertura do monólogo de Hamlet são um ótimo argumento para o debate sobre por que o trabalho de Shakespeare continua a ressoar em cada geração. Mais além, contribuem para o papo sobre por que ler os clássicos ainda é relevante.
A importância das obras de William Shakespeare
O dramaturgo (e também poeta) inglês escreveu muitos textos famosos e considerados clássicos da literatura mundial.
Os tópicos presentes na lista sobre sua importância variam da linguagem (já que suas obras marcam uma transição do uso do inglês médio para o inglês moderno inicial) até a influência das suas peças na cultura popular, novas mídias, publicidade, cinema e artes plásticas, bem como a poesia das suas palavras e a complexidade psicológica das suas personagens.
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Por que ler os clássicos de Shakespeare?
As obras de Shakespeare são emocionais, hilárias e enérgicas. Mas, acima de tudo, concordando ou não com as atitudes de suas personagens, elas têm qualidades e defeitos com os quais os leitores podem se identificar.
Vejamos: o amor inocente e duradouro entre Romeu e Julieta, a angústia de Hamlet ou de Ofélia ou a culpa e a dúvida de Macbeth. Muitas das peças lidam com dilemas universais: vida, amor, morte, vingança, poder, ambição, sonhos, lealdade e outros tantos temas que, mesmo as obras sendo escritas no contexto de uma Inglaterra de mais 400 anos atrás, são tópicos com os quais sempre poderemos nos relacionar.
Novamente, no famoso monólogo de Hamlet, lemos sobre um jovem lutando com questões de vida e morte que podem definir em qualquer contexto, hora e lugar, a angústia de se ver de frente à existência. Da mesma forma, o amor de Romeu e Julieta, um relacionamento proibido, gera simpatia pela esperança, ânsia de se sentir assim. Para os adolescentes, ainda ocorre uma identificação com o primeiro amor e a impulsividade própria dessa fase.
Assim, a resposta de por que ler os clássicos de Shakespeare passa pelo fato de que sua influência é ampla e profunda. Na língua inglesa, por exemplo, ao pesquisar no Oxford English Dictionary (OED), o autor é frequentemente identificado como o único ou o primeiro usuário de uma palavra ou frase.
Outra questão que fortalece o seu legado, acredite, é a grande controvérsia sobre a autoria das suas obras que foi deflagrada em 1850, quando a escritora Delia Bacon e o livreiro William Henry Smith publicaram seus argumentos sobre o assunto. Entre alguns potenciais nomes, eles sugeriram que o filósofo Francis Bacon e o poeta Walter Raleigh eram provavelmente os escritores “reais” de Romeu e Julieta. De lá para cá, muitos outros escritores alternativos foram propostos.
As obras de Shakespeare também são para jovens curiosos e inspirados
Quando você pensa em livros para jovens, livros para os seus filhos se entreterem e aprenderem, está incluindo ler os clássicos de Shakespeare? Pois se não inclui, não subestime o poder dessas obras nem a capacidade de entendimento de jovens e crianças.
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As obras do dramaturgo são duradouras, assim como suas personagens, seja em versões originais ou adaptações. Lê-las sempre é uma boa ideia, e não há maneira melhor de desafiar a leitura de uma criança ou adolescente do que instigá-la a aprender um pouco sobre o autor.
No começo, a leitura pode ser feita em família para que você, pai, mãe ou responsável, os ajude a compreender lentamente, sem pressa. É importante estar presente para auxiliá-los a superar quaisquer dificuldades que possam enfrentar até se sentirem confortáveis com a leitura.
De qualquer forma, ler Shakespeare é uma curva de aprendizado maravilhosa, abrangendo a compreensão da história e as mensagens que ele desejava transmitir por trás das obras.
A Editora do Brasil possui um catálogo de obras de William Shakespeare traduzidas em uma linguagem atual e em prosa por Fernando Nuno, versões perfeitas para jovens. A coleção Biblioteca Shakespeare inclui os títulos “Hamlet”, “Romeu e Julieta”, “Sonho de uma noite de verão” e “A megera domada”. Aproveite!
Shakespeare é uma ideia e isso por si só é motivo para ler seus textos ou ensinar seus filhos sobre por que ler os clássicos é transpor o tempo.