Brincalelê! Nossa família inventadeira de histórias. Histórias que viram brincadeiras, brincadeiras que viram histórias, com dicas de Penélope Martins.
Carnaval é cultura
Fevereiro é um mês marcante por causa da celebração do carnaval, não por acaso. Essa festa popular tem como característica a autoexpressividade e permite que o imaginário se misture ao cotidiano. Além dos bons ingredientes adicionados à receita do sucesso dessa temporada de festejo, o carnaval tem tradição cultural.
E o que é tradição cultural?
Cultura é uma palavra bem grande que aprofunda o olhar para as nossas raízes, mas também é o jeito como pensamos o mundo a partir de tudo que tem significado para nós. Cultura é coisa de tradição. E tradição é outra palavra que a gente tem que examinar com cuidado, escarafunchando por dentro dela, atrás de longínquas memórias.
Quando a gente faz a pesquisa da família da palavra, lá na sua origem, descobre, por exemplo, que a tradição vem do latim traditio (isso não parece coisa de comer na salada?), que significa entregar, passar adiante, transmitir. Bom, agora a gente consegue entender quando a avó diz que uma receita é tradição de família (e lá vou eu pensar em comida de novo).
De geração em geração, histórias são contadas e recontadas, comportamentos são repetidos, crenças são internalizadas. E isso é bom? O que é bom, com certeza, é o tempero do feijão que aprendi como a minha avó, e ela já tinha aprendido com a minha bisavó. Bom, mas pode ser que na sua família seja de outro jeito.
Tradição cultural é experiência humana, é viva e se transforma junto com o constante processo de aprendizagem de cada um e da comunidade. É possível que o feijão tradição da minha avó tenha mudado comigo, afinal, eu aprendi coisas diferentes com tantas pessoas e a fome de cultura sempre garantiu bom tempero.
E já que é tradição guardar memórias, que tal preparar um retrato-fantasia que seja a cara da nossa cultura?
Brincalelê! Criando um retrato-fantasia
Alerta: crianças podem e devem brincar.
Primeiro lembrete: isso não é uma brincadeira digital, ou seja, tesoura, papel, cola, lápis de cor, revistas, traquitanas em geral são bem-vindas!
1. Separe uma fotografia e materiais para compor seu retrato como papéis coloridos, recortes de revista, botões, lantejoulas, linhas e mais o que quiser.
2. Tenha um pedaço de papelão para servir de base (pode ser caixa de alimento).
3. Crie sua fantasia para vestir a fotografia, pode ter chapéu, um par de antenas, orelhas de algum bicho, um saiote enfeitado.
4. Você pode usar recortes para decorar as bordas do retrato. Antes de colar, teste a posição de cada elemento.
5. Use pouca cola para que não escorra.
6. Agora é fácil, escolha lugar de destaque para expor seu retrato-fantasia.
Lembrete final: você pode receber um monte de pedidos das pessoas de sua família: “será que você também faria o meu retrato-fantasia”?
Quer conhecer outra brincadeira interativa? Confira: Brincalelê! Infância é movimento
Nossa dica de leitura
Para imaginar e brincar com tradições e fantásticas fantasias contadas por cada história de família, leia “Atrás do tapume”, de Mariângela Haddad, uma narrativa que usa a linguagem das ilustrações para investigar e preservar memórias que são transmitidas de geração em geração com afeto.