Brincalelê! Nossa família inventadeira de histórias. Histórias que viram brincadeiras, brincadeiras que viram histórias e pratos da culinária brasileira, com dicas de Penélope Martins.
Brincalelê! Os sabores da nossa cultura
A cultura tempera os sabores do mundo inteiro. Aqui no Brasil, o mês de agosto marca a celebração da cultura popular e seria impensável separar a cozinha dessa festa.
Tapioca com coco, pamonha com coco, doce de abóbora com coco, bolo de milho com coco, quebra-queixo e cocada mole, firme, queimada, com abacaxi e com maracujá: por mim, a gente antecipa a sobremesa! Mas será que o coco é originário do nosso país?
A cozinha guarda muitas memórias, algumas tão marcantes que, inclusive, traçam um ciclo inteiro da nossa história, como acontece com a cana-de-açúcar que, hoje em dia, transformada em energia de combustível, roda pelas rodovias. Não sei não, você acha que o primeiro pé de cana-de-açúcar nasceu no Brasil?
Temperando a história, claro que não pode faltar canela e seu fiel companheiro: o cravo-da-índia. Ixi, esse já deu nome e sobrenome de sua localização (desse jeito, acabou-se o mistério).
E o que é cultura?
Cultura é coisa que a gente não vive sem, e pronto. Tem quem pense em cultura como música, literatura, cinema e arte tão somente, mas não é bem assim. Cultura é coisa muito maior, coisa que faz a gente ser gente. Acho até que essa coisa de chamar cultura de coisa é uma coisa da nossa cultura. Embolou?
Gente tem costumes e tradição; gente tem um determinado jeito de vestir e de se comportar assim mais efusivamente ou mais formal, tudo depende da região; gente mora em casas que são desenhos de uma determinada geografia e mantém a cultura da construção; gente come os frutos de sua terra e mistura, agrega, aprende, transforma; gente planta na observação da lua e das marés; gente fala muito, fala pouco, abraça sem nem conhecer direito ou apenas ergue a mão para um cumprimento. Cultura é uma palavra que cabe tudo isso e mais por dentro. Cultura é feito barriga de criança, sempre com fome, querendo uma colherada extra.
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E, porque a gente tem a cultura de se reunir na cozinha para esticar a conversa, a culinária ajuda a perceber a preciosidade da história, cultura e tradição. Na cozinha, podemos abrir as páginas do livro que corre todo o percurso histórico do nosso povo.
Brincalelê! Mão na massa!
Que tal buscar brincadeiras tradicionais para festejar o mês de agosto e incluir no cardápio da diversão um passeio pela cozinha para investigar de onde veio o sabor?
Primeiro passo:
Separe alguns itens alimentares da cozinha e convide a turma para opinar. Será que a laranja Bahia é baiana? Será que a mandioca tem apenas um nome? Será que a canela em pau é uma árvore? Será que a castanha-do-pará é prima da castanha-de-caju? Será que o coco é natural do nosso litoral?
Segundo passo:
Aumente a pesquisa com os livros, páginas especializadas e enciclopédias virtuais para descobrir curiosidades sobre os alimentos e as receitas tradicionais brasileiras.
Terceiro passo:
Escreva versos, desenhe, crie um mapa inventado da cozinha de casa para pendurar na geladeira (essa galeria é uma delícia).
Quarto passo:
Cozinhe junto, que tal? Posso até dar uma sugestão de receita. O que você acha?
Nossa dica de leitura
O livro “Patavina”, escrito por Penélope Martins e ilustrado por Rosinha, traz como protagonista uma amorosa confeiteira que mora com seus sete gatos, cada um deles por ela batizado com o nome de uma sobremesa de algum lugar do mundo, excelente motivo para abrir o grande mapa e conhecer a origem da receita.
Com versos rimados, a história de Patavina também ensina a colocar a mão na massa para preparar um biscoito imbatível e saciar o apetite dos leitores mais exigentes.
E para quem quiser mais dicas de receitinhas, a Editora do Brasil preparou um e-book gratuito com outras gostosuras da Patavina. Basta acessá-lo aqui!