Brincalelê! Da água e do vento, coleção de bons momentos!

Brincalelê! Nossa família é inventadeira de histórias. Histórias que viram brincadeiras, brincadeiras que viram histórias, com dicas de Penélope Martins.

Brincalelê! Vamos brincar de imaginar e imaginar brincadeiras 

Brincar é verbo, maioria das vezes, utilizado de forma intransitiva. Sabe o que significa isso? Por si só, o verbo brincar é profundamente esclarecedor, não precisa de maiores explicações. No entanto, quando o verbo se instaura, uma série de perguntas aparece, curiosamente, em nossa imaginação:  brincar com quem? Brincou com qual brinquedo? De que brincadeira estamos falando? 

Embora o verbo “brincar” esteja associado às crianças, também há outro aspecto dessa palavra mágica que salta aos olhos: brincar faz a ponte entre as gerações, as brincadeiras cruzam o espaço e o tempo, conduzindo saberes e tradições, o que significa dizer que brincar é cultura.

Brincar é cultura 

No território brasileiro, muitas brincadeiras são conhecidas por todos e outras revelam a forma de viver de um povo. É muito divertido pensar que, atravessando o Brasil, podemos brincar de maneiras diferentes da qual estamos acostumados. 

Bola de meia, bola de gude, o brincar é mote para uma porção de canções e histórias. O pião, por exemplo, bastante conhecido pelas crianças, nas várias gerações, assume toda sua tradição e brasilidade nos versos musicados do poeta Zé do Norte, convidando a cantar e a dançar. 

“O meu pião é feito de goiabeira,
ele só roda com a ponteira na palma da mão.
No Rio Grande do Sul ou na Amazônia, em São Paulo ou na Bahia,

brincadeira com pião é coisa da nossa tradição”. 

Confira o jeito que a criançada joga pião em Trancoso, Bahia:

Mas, se brincar de pião levanta a poeira do chão, outros brincares trazem em si a fusão das águas e dos ventos, rememorando raízes da nossa história. Quem nunca preparou um barquinho de papel para ver navegar no rio, ou mesmo na rua em dia de chuva? Dobrar um barquinho com uma folha de papel é bem fácil, basta ter um pouquinho de disposição e, talvez, uma criança grande por perto que saiba como fazer a dobradura. Será que alguém aí da sua casa sabe como preparar esse brinquedo simples e mágico? Hoje em dia, com a internet a todo vapor, dobrar um barquinho de papel pode ser aprendido até em canais do YouTube. Pesquisa lá!

Histórias que viram brincadeiras 

No meio disso tudo, histórias são criadas para engrandecer a brincadeira. Para o barquinho de papel, uma personagem sereia pode navegar ao lado de uma turma de marinheiros, e, certamente, ela poderá revelar segredos do rio e do mar. Para brincar de pião, outras criaturas que rodopiam, como o próprio Saci, poderão aparecer no enredo. Criar histórias é uma forma muito antiga de brincar, e basta ter imaginação para jogar, com a família e os amigos, esse jogo bonito de inventar.

As brincadeiras da tradição popular dependem da nossa vontade de preservá-las. Pesquisar um pouco da infância de nossos avós, tios, pais, vizinhos, é um caminho interessante para descobrirmos muitas histórias sobre as infâncias e seus territórios. Seja na cidade, seja no campo, o verbo brincar existe e insiste em nos ensinar a criar e a conviver.

Vamos embarcar nessa aventura? 

Reúna as pessoas no quintal para uma roda, troque brincadeiras. Alguém pode ensinar passa anel, outra pessoa deve conhecer cantigas de roda para compartilhar. A troca de saberes é essencial para pessoas brincantes, porque as regras dos jogos são assimiladas de uma forma eficaz durante a partilha, com contentamento e interesse. 

Esse conhecimento generoso serve de inspiração para a vida toda. Como diz outra canção da música brasileira, dessa vez do compositor Guilherme Arantes, a arte de brincar de viver é uma história que não tem fim, “continua sempre que você responde sim à sua imaginação”.

Clique aqui para escutar a canção.

Agora, é tirar os sapatos e se jogar no mundão!

Nossa dica de leitura

Vou contar até dez!, de Manuel Filho, com ilustrações de Rubem Filho, é uma leitura deliciosa para instigar as crianças e os adultos ao convívio com brincadeiras. 

A obra começa com um barquinho a navegar e passa por cirandas, corre cotia, amarelinha, bolinha de sabão, pipa e muito mais. Brincadeiras simples e tradicionais que rememoram as infâncias de todas as pessoas e privilegiam o protagonismo de nossas crianças. Vai atrás dessa aventura, antes que as férias terminem! 

E divirta-se!

POSTS RELACIONADOS

TikTok
@livrissimo Prepare-se para uma viagem ao passado com um toque de futurismo! 🌌 Neste texto da coluna "Pega a Visão", a autora Penélope Martins nos apresenta as inovações visionárias de Júlio Verne, um dos grandes mestres da ficção científica. 📚 Confira em: https://bit.ly/3NQwYCb #Livríssimo #PegaAVisão #JúlioVerne #FicçãoCientífica #FYP ♬ som original – Livríssimo
Mais lidos
Newsletter

RECEBA POR EMAIL