Brincalelê! Dá para levar brincadeira a sério?

Brincalelê! Nossa família inventadeira de histórias. Histórias que viram brincadeiras, brincadeiras que viram histórias e memórias, com dicas de Penélope Martins. 

Todo mundo já foi criança, sabia?

É muito estranho pensar em um adulto criança. Quer dizer, isso não é estranho para um adulto que se recorda da própria infância e conta as histórias que viveu com outras crianças (que já passaram a adultos, também). Bom, todo mundo foi ou é criança, né?

A diferença de gerações

Uma coisa interessante no adulto que deixou de ser criança é gostar de comparar seus gostos, experiências, comportamentos, com os de crianças que vivem hoje suas infâncias. Isso pode parecer bem estranho para as crianças, porque elas ainda não sabem muita coisa sobre a longevidade das memórias e o impacto que elas têm sobre quem viveu isso ou aquilo.

No mundo contemporâneo, principalmente para as crianças que vivem em grandes cidades, ficou muito difícil essa interação com a infância dos adultos. Os pais passam muito tempo trabalhando, fora e dentro de casa, auxiliados pela tecnologia que apita o tempo sem pausa, sem descanso, sem férias. Os avós, muitas vezes, distanciam-se ou são distanciados do convívio. 

Enquanto as crianças brincam — dão pinote dentro de casa, transformam as almofadas dos sofás em cabanas, entram nos armários para se esconder — e riem das pequenas tragédias cotidianas, os adultos acham que levar a vida muito a sério é não brincar. 

Bobagem! Brincar é das coisas mais sérias que um ser vivo faz

Quando crianças e adultos interagem, todos saem ganhando. Uns por aprender a colecionar memórias essenciais para a compreensão de quem são, outros por valorizar na criatividade e no humor um sentido amplo do contentamento de viver. Abraçar essa convivência é uma dádiva, principalmente acolhendo diferentes gerações. 

Talvez, basta tirar uns dias ou até umas horas de férias, e dar esse tempo de presente para todos, algo para guardar na memória. Quem sabe preparar bolinho de chuva, essa tradição popular culinária da casa de avós? A receita é fácil, tem de sobra na internet, embora requeira sabedoria antiga. Bora brincar de massinha!

Brincalelê! Viva os momentos brincando

Permita-se viver a imaginação nesses momentos. Bolinhos de chuva são como nuvens: os formatos podem lembrar um dinossauro, um capacete de um navegador do espaço, uma carinha feliz de sapo. O que mais inventarão as histórias criadas por vocês, hein?

A convivência intergeracional em família é um santo remédio para o estranhamento que sentimos, adultos ou crianças, e, certamente, permitirá, com brincadeira a sério, que uns aprendam com os outros, construindo relações de amor que serão recontadas por muitas e muitas gerações. 

Dica de leitura Brincalelê! 

A bisa e as botas de dinossauro, de Anna Claudia Ramos, com ilustrações de Bruna Barros, é leitura mais do que indicada para compartilhar com toda família e ainda convida a sessão de desenho coletiva para que todos os leitores se expressem.

O livro conta a história na voz da netinha que, ao ver sua bisa em momentos delicados de saúde, reconta as dificuldades com a curiosidade e a alegria que permite sua imensa imaginação.

Corre lá na livraria, aproveita e convida os avós para esse passeio. Você também pode convidar a família para explorar o site da Editora do Brasil e mostrar um monte de livros que poderão ler juntos. 

Boa diversão conjunta!

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