Brincalelê! Nossa família inventadeira de histórias. Histórias que viram brincadeiras, brincadeiras que viram histórias, com dicas de Penélope Martins.
O território da infância
A infância se revela como o território infinito das possibilidades, seja pela simplicidade que proporciona verdadeira felicidade nas brincadeiras das crianças, seja pelo deslumbramento dos adultos ao ver essas crianças encantadas com coisas simples, como imitar os miados de um gato, atirar pedrinhas nas águas de um lago ou dobrar barquinhos de papel.
A expressão território da infância eu pego emprestada da escritora e pesquisadora Gabriela Romeu que, entre tantas linhas de obras já publicadas, reúne caminhos fascinantes para nossos inventários de palavras, objetos e meninices.
Foi com outro escritor, Gianni Rodari, que continuei a pensar a infância como um movimento de profundidade em todas as direções.
A criança simboliza a própria aprendizagem da qual não podemos nos desprender ao longo de toda a jornada. Tome, por exemplo, a necessidade de elaborar um raciocínio lógico para resolver um problema qualquer. Para transpor as dificuldades apenas com o recurso racional, sem uma dose de ousadia e imaginação, nada de novo se criará.
Repetir à exaustão os velhos hábitos até nos tornarmos imutáveis vai contra a própria natureza, que nos comprova só ser possível a permanência da vida com adaptação, inclusive, de inúmeras variáveis que fogem completamente do nosso controle.
Pensando nessa mágica de produzir felicidade e aprender com coisas muito fáceis de arranjar no nosso cotidiano, mantendo o bom humor e se adaptando ao novo, resolvi criar um brinquedo para inspirar vocês.
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Brincalelê! Vamos nos movimentar criando um brinquedo novo
Bora reunir a criançada para caçar tesouros:
1. O primeiro passo é reunir sucatas com formatos que sirvam para o projeto. Caixas grandes podem ser transformadas em naves espaciais e caixinhas menores podem servir como baú para um caminhão. Tampas de garrafas e potes servem muito bem para as rodas, por exemplo. Botões, lãs e restos de tecidos são ótimos para criar bonecas e bonecos divertidos. O importante é usar a imaginação.
A minha escolha foi reler um livro favorito e buscar inspiração para recriar uma personagem.
2. Para costurar uma boneca, busquei pelas gavetas da casa alguns restos de tecidos, enchimento de almofada, algodão, caneta para tecido, fitas e lãs. A gente pode usar camisetas furadas e meias que já não servem para essas criações, basta deixar tudo limpinho e sem chulé (fica a dica).
3. Antes de começar a cortar os tecidos, eu desenhei um corpo de boneca sobre dois pedaços de tecido sem estampas marcantes, para poder criar um rostinho.
4. Em seguida, cortei os tecidos, costurei uma parte na outra e usei como recheio um pouco dos restos de enchimento de uma almofada – o que é melhor do que algodão porque poderei lavar minha bonequinha.
Com um pedaço de tecido estampado, recortei um retângulo com um furo do meio para passar pela cabeça. Esse seria o vestido. Uma faixa do mesmo tecido eu usei para amarrar na cintura da dona bonita. Ela ficou um charme.
5. Os olhos, o nariz, a boca e as pintinhas que marcam as bochechas, eu fiz com caneta para tecido nas cores preta e vermelha. Essas canetas são ótimas para marcar nosso nome em peças de uniforme usadas na escola e podem acabar perdidas entre peças iguais aos dos amigos (muito prático).
Quer ver como ficou?
Nossa dica de leitura
E você, qual seu livro favorito e onde busca inspiração para criar seus brinquedos e brincadeiras?
Uma dica de livro para aumentar a sua vontade de desenhar e recordar brincadeiras de roda é “A loja do Mestre André”, da escritora e ilustradora Rosinha.
Ah, foi a Rosinha, também, quem criou a narrativa ilustrada de “Patavina”, o livro que me ajudou a criar essa boneca elegante com restos de tecido.
Conheça outras brincadeiras envolvendo Patavina em: Brincalelê! Cultura e culinária
