Independência ou morte! Como ocorreu a independência do Brasil?

7 de setembro marca um importante episódio da história de nosso país: a independência contra Portugal. Provavelmente, você já ouviu falar do “grito do Ipiranga”, um símbolo desta data, e até pode ter brincado de imitá-lo com os amigos. Mas você sabe como ocorreu a independência do Brasil? Venha entender os detalhes dessa história!

Antecedentes: o período colonial

A Coroa Portuguesa chegou ao território hoje brasileiro em 1500, mas o processo de colonização se iniciou de fato por volta de 1530.

Durante séculos, o Brasil colonial teve que obedecer às limitações impostas por Portugal e passou por diferentes ciclos de exploração: de pau-brasil, cana-de-açúcar, mineração e café. A mão-de-obra principal dessas atividades era oriunda de africanos e afro-descendentes escravizados.

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Em 1808, aconteceu uma reviravolta: a família real portuguesa e sua corte migraram para o Rio de Janeiro para fugir das invasões napoleônicas que ocorriam na Europa. Com isso, o Brasil passou por uma rápida modernização, já que o rei português, D. João VI, implementou a criação de bancos e universidades, a abertura de portos para comércio entre Brasil e outras nações, bem como demais atividades antes não permitidas na colônia.

Em 1815, o território deixou de ser colônia ao ser considerado parte do reino português, então denominado Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

As causas da independência do Brasil

O reino passava por um momento conturbado. No Brasil, houve a Revolução Pernambucana em 1817. Uma de suas causas foi o aumento de impostos devido às mudanças trazidas pela coroa, além da reivindicação por soluções aos problemas locais. A revolução foi violentamente reprimida.

Em solo português, houve a Revolução do Liberal Porto em 1820, exigindo a volta da família real. O país passava por dificuldades econômicas e estava sendo governado pelos ingleses. Como consequência, D. João VI e outros nobres da corte retornaram a Portugal em 26 de abril de 1821 (atenção: esse é um fator-chave para compreender como ocorreu a independência do Brasil).

D. Pedro de Alcântara, filho de D. João VI, se tornou regente do Brasil, mas o clima de tensão permaneceu no território. Os portugueses defendiam que algumas instituições brasileiras se transferissem para Portugal e também exigiam o retorno de D. Pedro ao país, causando insatisfação na elite brasileira e medo do Brasil retroceder a uma colônia.

Em 9 de janeiro de 1822, o regente declarou que permaneceria no Brasil, assim, a data passou a ser denominada como “Dia do Fico”. No entanto, a pressão para seu retorno continuou, bem como a intimidação para que o Brasil aceitasse ordens vindas de Portugal, deixando a situação insustentável.

O processo de independência

Em 28 de agosto de 1822, o Brasil recebeu ordens vindas de Lisboa, entre elas, a volta imediata de D. Pedro e o fim de medidas em vigor no país. O regente estava em viagem a São Paulo, portanto as ordens foram lidas por sua esposa, a princesa Maria Leopoldina.

Pintura de Dom Pedro I e Dona Leopoldina, Arnaud Pallière.
Pintura de Dom Pedro I e Dona Leopoldina visitando a Casa Dos Expostos, no Rio de Janeiro (1826), de Arnaud Pallière.

A princesa assinou em 2 de setembro a declaração de independência escrita por José Bonifácio, ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, e enviou o documento a D. Pedro. O mensageiro alcançou sua comitiva quando estavam próximos ao Rio Ipiranga em 7 de setembro de 1822 e lá o regente proclamou a independência do Brasil.

Conforme o registrado na história oficial, ele deu o famoso grito do Ipiranga – “É tempo! Independência ou Morte! Estamos separados de Portugal!” –, mas os historiadores não têm evidências que o comprem. A aclamação de D. Pedro I do Brasil como imperador foi em 12 de outubro e sua coroação em 1º de dezembro.

Essa história não termina por aí. Entre 1822 e 1824, ocorreram as Guerras de Independência, conflitos armados pela separação definitiva de Portugal, mesmo com a independência dada por D. Pedro I. Os confrontos aconteceram nas regiões com resistência portuguesa ou de brasileiros fiéis a Portugal, principalmente no Pará, Bahia, Maranhão e Cisplatina (atual Uruguai).

A importância do dia 7 de setembro para nossa história

Independência ou Morte, Pedro Américo (1888)
Pintura “Independência ou Morte” (1888), de Pedro Américo, exposta no Museu Paulista da USP.

Estamos já acostumados a viver em um país com autonomia, que possui suas próprias leis, economia e cultura, que decide seus governantes, mas, como você já deve ter percebido, nem sempre foi assim.

O dia 7 de setembro marca o surgimento do Brasil enquanto nação independente, com liberdade para tomar suas próprias decisões políticas, econômicas e sociais. Isso permitiu a construção e consolidação do Estado brasileiro e fortaleceu o sentimento de uma identidade brasileira.

É claro que este foi um começo. Décadas mais tarde, o país aboliu a escravidão (1888) e tomou um importante passo para a democracia, a Proclamação da República (1889), mas essas são outras histórias…

Como ocorreu a independência do Brasil de forma descomplicada

Os sete da independência

O quadro “Independência ou morte” é inspirador! Seus mais de quatro metros de altura por quase oito metros de comprimento são impressionantes e chamaram a atenção do autor Gustavo Penna.

Por isso, ele investigou a trajetória de sete indivíduos intimamente envolvidos no processo de independência do nosso país que estão presentes na pintura. O resultado é o livro “Os sete da independência”, misturando ficção e fatos históricos. De maneira divertida e fácil, você compreende as causas da independência do Brasil e como este processo se desenrolou.

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