Livríssimo entrevista: Jonas Ribeiro

Livríssimo entrevista: Jonas Ribeiro

Para iniciar 2024, o Livríssimo entrevista Jonas Ribeiro, autor de literatura infantojuvenil com uma vasta experiência: mais de cem livros publicados e muitas famílias encantadas com a poesia de suas palavras e histórias.

Confira o que ele falou para a gente!

Livríssimo entrevista

Livríssimo: Sua obra é muito plural, atravessando os mais variados temas, por exemplo, poesia, diferenças culturais, sentimentos e relações familiares. De onde vêm as suas inspirações? Como funciona seu processo de pesquisa quando você tem uma ideia?

Jonas: Fico escarafunchando, fazendo túneis e escavando a terra fértil do imaginário. Às vezes, eis que saio num mundo paralelo e procuro observar incontáveis detalhes.

Não acredito num método criativo, mas posso afirmar com total tranquilidade que cada livro necessita de um processo, ou melhor, cada livro tem um caminho e um tempo para acontecer. É como se criássemos um processo criativo para cada livro. Sim, o escritor, quando começa um livro, parte do zero, a experiência anterior não tem tanta força assim. Ele precisa fazer todos os rituais até o livro deslanchar, até capturar a atmosfera e o cerne da história.

Além de mergulhar na minha subjetividade, também faço pesquisas. Depois, tranço a ficção e a realidade. É um jogo de xadrez onde toda sutileza tem grande importância.

Livríssimo: Bom humor é uma característica marcante de seus livros. Haja criatividade não apenas nas histórias, mas também nas piadas! Quais são as suas referências no que se trata de comédia? Como você busca inseri-la em sua obra?

Jonas: Minha primeira e marcante referência na Literatura Infantojuvenil foi a Lygia Bojunga. Na adolescência, após ler os livros da Lygia, soube que gostaria de viver do livro, para o livro. Deu certo porque queimei os navios e fui sem medo de dar de cara com o fracasso. O tempo me favorecia. Se caísse do cavalo, buscaria um plano B, C, D…

Livríssimo: Falando em comédia, como foi desenvolver “O caso arrepiante do esqueleto Astolfo” ao lado de Telma Guimarães? Como surgiu a ideia para este enredo cheio de reviravoltas?

O CASO ARREPIANTE DO ESQUELETO ASTOLFO

Jonas: Fluiu. Nós nem notamos que estávamos trabalhando. Rimos o tempo todo. E queríamos cenas que prendessem o leitor, o que nos levou a optar pelo suspense.

Nem eu e nem a Telma sabíamos que da nossa parceria jorraria tanta afinidade. E o mais maravilhoso de tudo é que não houve nenhum traço de competição. Nenhum de nós dois estava querendo mostrar mais serviço e marcar território. Ao contrário, nós curtimos cada parágrafo, cada frase, e adoramos sentir que fizemos um trabalho genuinamente conjunto.

Livríssimo: Outro livro de destaque pelo bom humor é “Alfabético – Almanaque do alfabeto poético”. Para cada letra do alfabeto, você criou um poema, um conto e uma espécie de trava-língua (o que não parece ser uma missão fácil). Quais letras você considera que foram as mais difíceis? Como foi este processo de criação?

ALFABÉTICO - ALMANAQUE DO ALFABETO POÉTICO

Jonas: Sem sombra de dúvida, foi a minha empreitada literária mais empolgante. Trabalhei feito um camelo, mas faria tudo de novo. Levei onze meses para concluir este livro. Para escrevê-lo, li todo o dicionário, anotei as palavras que as crianças e jovens entenderiam, depois digitei essas palavras, imprimi e separei aquele mundo de papeizinhos numa mesa. 

Separei por categorias: verbos, substantivos concretos, substantivos abstratos, adjetivos, animais, gastronomia, profissões… E ficava observando atentamente aquele mar de palavras à minha frente. Ficava buscando relações entre elas. E assim, os textos foram brotando.

Livríssimo: E quem não gosta de bombons e de surpresas? “A deliciosa e misteriosa caixa” fala sobre isso e ainda deixa uma delicada mensagem ao público leitor. Como foi conceber esta obra e qual é seu objetivo com ela?

A DELICIOSA E MISTERIOSA CAIXA

Jonas: Penso que o objetivo primordial de todo livro é não ter objetivo algum, é ser entretenimento, ser literatura, gratuidade, fluxo imaginário. Quis que os leitores sorrissem e sentissem vontade de devorar todos os oitenta bombons desta deliciosa e misteriosa caixa. 

E o que faz a caixa ser mágica? Se deixarei um spoiler por aqui? Nem pensar!!!!! O leitor terá de degustar calmamente as apetitosas páginas desse livro de dar água na boca…

Para concluir…

Livríssimo: Quais dicas você daria a pais que buscam incentivar a leitura dos filhos? E que mensagem você gostaria de passar para os jovens de agora?

Jonas: Para os pais: ler livros, servir de modelos leitores, presentear os filhos com livros, frequentar livrarias, comentar suas leituras.

Para os jovens: ficarei na torcida para que vocês construam um mundo bem melhor para as gerações futuras. O caminho dos estudos é um dos mais formidáveis e eficientes, e, claro, não há estudo sem leituras, sem livros; daí a importância de estreitarmos vínculos afetivos com os livros.

Confira também: Livríssimo entrevista: César Obeid

Conheça mais de Jonas Ribeiro

Além dos títulos já indicados, você pode conhecer outras obras que cativam crianças e adolescentes visitando o catálogo de Jonas Ribeiro na Editora do Brasil.

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