Pega a visão! Carregue sua bateria

Pega a visão! Se liga que o presente é coisa do passado! Um monte de histórias inspiradas em outras tantas, com dicas de Penélope Martins.

Pega a visão! Respirar é preciso

Encarar quem a gente é, além de ser uma atitude corajosa, requer um conjunto de habilidades e muito repertório na bagagem. E isso serve para a vida toda.

Não é por acaso que as pessoas, de um modo geral, têm um interesse legítimo pela vida alheia. Esse lugar de observar e criar suposições para os problemas de outras pessoas são uma forma defensiva de preencher dentro de si as lacunas geradas pela falta de ação com as próprias dificuldades.  

Mas, vamos com calma. Antes de tudo, respirar é mais do que necessário. Ainda mais quando o tempo corre cada vez mais veloz e, aparentemente, contra a gente.

Ah, o tempo…

O tempo só obedece a ele mesmo. Isso quer dizer que, ao contrário do que pensam os pulsos que ostentam caríssimos relógios suíços, famosos por nunca gerarem atrasos, o tempo é escasso para a finitude de uma vida humana. Talvez seja por isso que algumas pessoas acreditem em realidades paralelas, vidas além da morte, etc. 

Tudo isso gera ansiedade, não? Sim, claro que sim. 

Uma das estratégias para a leitura de um livro é mapear a quantidade de páginas, a disposição de capítulos, a quantidade de horas disponíveis para a leitura. Matemática pura. Como a engenharia do relógio. Por isso, algumas pessoas, de maneira simples e indolor, dizem não ter tempo para ler.

Recentemente, descobri um aplicativo que mostra a quantidade de horas gasta zapeando vídeos e afins, em redes sociais e outras coisinhas. Inacreditável o tempo que depositamos diante de uma tela tão pequena. Pior do que isso, vi um vídeo de um beijo robótico para pessoas que se relacionam com o uso de seus smarts. Smart, aliás, é uma palavra engraçada, tem quase som de splash, e isso é uma piração quando pensamos em tela líquida.

Peço desculpas pela viagem, isso faz parte da imaginação de quem joga muitas horas nas entrelinhas literárias, coisas como Mary Shelley, Verne e até mesmo Jane Austen com seus casos intrincados de amores perdidos que revelam verdadeiros labirintos em nossos corações; sem contar os latino americanos… Ah, esses sim! Cortázar e García Márquez e outros dos mais inventivos em matéria de desdobrar a história de uma vida em milhares de outras.

Ansiedade, voltemos a ela. O que é? Do que se alimenta? Para onde vai ou fica, depois que apagamos a luz de nossos quartos?

A “síndrome da falta de bateria” 

Essa paixão por uma telinha pequena para chamar de nossa parece que tem relação direta com a vilã da contemporaneidade. Já repararam a quantidade de palavras e estímulos para sentirmos medo e frustração? Não sei quem inventou, mas a palavra “gatilho” para indicar conteúdo sensível não poderia ser substituída por algo menos fatal?

A questão é que tudo isso gera em nós a síndrome da falta de bateria. A gente procura como sobreviver ao tempo do sem tempo, dar conta de estar em todas, mas a gente não consegue.

Recarregue sua bateria

Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas jovens (mesmo as que têm 50 anos, assim como eu), eu diria: puxem a tomada da parede, desliguem o roteador, e leiam. Gastem tempo com isso. Investiguem-se. Examinem as entranhas do pensamento. Encontrem palavras melhores do que gatilho para contornar seus sentimentos. Porque não estamos em guerra contra nós mesmos, ao menos não deveríamos.

Além disso, o livro é seguro o suficiente para dimensionar o que sentimos: protagonistas suportam as consequências e poderemos viver nelas aquilo que ensaiamos para nós. 

Esse treino para a vida que o livro nos traz é muito melhor do que olhar as fotos retocadas nas redes sociais. Ou aquele close na cereja do bolo que faz parecer que a sorte só sorri para um único sujeito. Não se enganem ou se enganem, porque o tempo com o livro passa mais lento, de fato. Basta um bom parágrafo, por vezes, para nos ajudar a perceber a ansiedade como um pequeno rato correndo atrás do rabo ou fisgado pela ratoeira por um rastro de queijo. 

Cai dentro!

Amizades das telinhas e telonas, já que o assunto é mergulhar no autoconhecimento, bom dar uma espiada em Sex Education, uma série britânica de comédia (original da Netflix) que conta a história de um grupo de amigos, professores e familiares, da escola Moordale, enquanto a maioria dos jovens lida com questões relacionadas à vida sexual. 

Aliás, Otis, o protagonista, é filho de uma terapeuta e, apesar de não ter nenhuma experiência com sexo, desenvolve um discurso extremamente eficaz para ajudar a resolver as questões de seus colegas. Cinco estrelas pra essa série!

Pega a visão e se liga nas prateleiras da nossa biblioteca! 

Na Editora do Brasil, conheça a Série Cabeça Jovem, de Severino Rodrigues. São 4 títulos e todas as histórias se relacionam com saúde mental. Leitura fluida, divertida, sensível e transformadora. Cinco estrelas também!

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@livrissimo Prepare-se para uma viagem ao passado com um toque de futurismo! 🌌 Neste texto da coluna "Pega a Visão", a autora Penélope Martins nos apresenta as inovações visionárias de Júlio Verne, um dos grandes mestres da ficção científica. 📚 Confira em: https://bit.ly/3NQwYCb #Livríssimo #PegaAVisão #JúlioVerne #FicçãoCientífica #FYP ♬ som original – Livríssimo
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