Pega a visão! Se liga que o presente é coisa do passado! Um monte de histórias inspiradas em outras tantas, com dicas de Penélope Martins.
Uma rosa, um planeta minúsculo e a história inesquecível de um aviador
Antoine de Saint-Exupéry é um escritor francês conhecido no mundo inteiro por misturar filosofia com a trajetória maravilhosa de um aviador que conhece um garotinho curioso, cheio de perguntas sensíveis sobre a vida. Sim, eu estou falando da obra O Pequeno Príncipe, um conto cheio de reflexões que reúne o autoconhecimento com as experiências que vivemos durante nossos relacionamentos.
Por vezes, a literatura é tão potente que se multiplica em outras manifestações artísticas que dialogam com suas alegorias. É o caso desse livro que, além de ser traduzido para inúmeros países do globo, ganhou versão para cinema, animação, documentário, curta para televisão, série japonesa de anime e sabe-se lá o que mais, sem contar os inúmeros produtos de consumo com imagens e transcrições de trechos da obra.
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Mas de onde surgiu a ideia de juntar um aviador e uma criança para uma conversa fantástica sobre a vida?
Antoine de Saint-Exupéry, nascido em 1900, apesar da origem humilde, foi estudar na Suíça antes de se tornar piloto do Regimento de Aviação de Estrasburgo. O Pequeno Príncipe (1943) foi inspirado numa própria queda que o autor sofreu com seu avião.
Antes dessa história, o escritor produziu outras narrativas com temática de aviação, como O aviador (1926) e Piloto de Guerra (1942). Infelizmente, em 1944, aos 44 anos, decolando da ilha de Córsega, Exupéry e seu avião desapareceram no Mediterrâneo sendo que os destroços da aeronave foram identificados apenas em 2004. O corpo do aviador nunca foi encontrado.
E a rosa?
Das personagens da obra O Pequeno Príncipe, talvez a rosa seja a mais emblemática na construção de um conflito relacional. Pesquisas apontam que essa delicada e desafiadora menção ao cuidado com o amor é uma referência direta à esposa de Exupéry, Consuelo, para quem o autor teria escrito uma carta apaixonada de 40 páginas.
Além de escrever a história, as imagens publicadas no livro – que foi editado primeiramente nos Estados Unidos – são de autoria do próprio Exupéry. A edição francesa chegou em 1946, dois anos depois do desaparecimento do autor.
Pega a visão e cai dentro!
Antoine de Saint-Exupéry foi diretor da Sociedade Latécoère de Aviação, na Argentina, e visitou diversas vezes o Brasil, inclusive como frequentador entusiasmado dos bailes em Floripa, o que lhe rendeu o apelido de Zeperri, ou seria Zé Perri como aponta o jornalista Marcelo Duarte, autor do “Guia dos Curiosos”.
Bom, o que importa é que Zé abalou geral com seu cancan no salão e garantiu experiência com o ziriguidum brasileiro. Sem contar que, anos mais tarde, tornou-se “pensador subversivo” e sua obra teoricamente destinada à infância, O Pequeno Príncipe, foi proibida na Argentina durante um período da ditadura militar (1976-1981).
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Se liga nas prateleiras da nossa biblioteca
Conheça “Debaixo da Via Láctea”, um conto escrito por Júlio Emílio Braz, com ilustrações de Ana Paula Franzoni, que retoma o clássico para contar a história de um menino negro que pode ser real ou fantástica.
Aproveite para ler ou reler “O Pequeno Príncipe” da Coleção Edição Bilíngue da Editora do Brasil, com a adaptação de Telma Guimarães e ilustrações de Eva Uviedo.
