Pega a visão! Orgulho e preconceito: Jane Austen está na moda?

Pega a visão! Se liga que o presente é coisa do passado! Um monte de histórias inspiradas em outras tantas, com dicas de Penélope Martins.

Pega a visão! Quem foi Jane Austen?

Não sei se você já leu algum dos muitos romances da escritora inglesa Jane Austen, mas, seja você da geração XPTO que for, posso afirmar que as narrativas dela certamente já cruzaram o seu caminho.

Jane Austen nasceu e passou seus primeiros 25 anos de vida em Steventon, uma vila rural do condado de Hampshire localizada ao sul da capital, Londres, que conta com menos de dois mil habitantes. O detalhe é que Jane nasceu em 1775, ou seja, Steventon devia ser mais pacata do que é hoje.

Sagitariana, a escritora transbordou em seus personagens intensas aventuras em busca de si mesma, mantendo o olhar atento ao redor. Com tom irônico e sagaz, Jane Austen colocou nas vozes das mulheres de seus romances uma autonomia invejável, muito embora elas fossem reféns do patriarcado, do machismo e da sociedade classista.

Se eu fosse astróloga, ou entendesse qualquer coisa sobre o assunto, arriscaria dizer que o ascendente de Jane Austen é virgem, primeiro pela acidez que quebra o tom açucarado dos romances, e segundo, não menos importante do que o primeiro, pela capacidade crítica e autocrítica típicas de quem coloca a razão pareada com a sensibilidade. Opa, esse é o tom de um dos romances da autora.  

No cinema, inúmeras produções foram feitas com as histórias de Jane. Ela ficaria orgulhosa… Aliás, orgulho, essa palavra tão cheia de camadas.

Orgulho e Preconceito

A obra mais conhecida da autora, Orgulho e Preconceito, foi escrita antes que ela completasse 21 anos e conta a história de uma jovem que teima em ser independente, embora viva em uma sociedade que a empurra para o casamento. No entanto, a protagonista acaba se apaixonando por um rapaz que, no primeiro encontro, parece rejeitá-la.

Com a trama rocambolesca, os leitores acompanham a saga dos dois na torcida fervorosa para que vençam o orgulho e aceitem o sentimento, o que não é nada simples na atmosfera austeniana, afinal de contas, ela é a escritora aventureira, marca sagitariana, que não recusa uma crítica ácida a cada detalhe comportamental (por isso, aposto que o ascendente é virgem, só pode). E o casamento sai ou não sai?

Orgulho e Preconceito

Séculos adiante da era vitoriana, chegamos ao modo de vida contemporâneo e orgulho é palavra de ordem. Verdade que as jovens inglesas agora podem se casar ou não, assim como escrever romances, contos, poemas, crônicas e tudo isso com uma acidez que também parece direito conquistado por elas. Não só pelas inglesas, aleluia, embora as mulheres ainda passem poucas e boas nas sociedades marcadas pelo poderio de uma masculinidade tóxica.

Mas será que bastam as histórias emboladas em tramas sociais recheadas de preconceitos? O amor, esse mar revolto, continua enigmático o suficiente para atrair novas leituras?

O impacto de Jane Austen no mundo atual

Leitora, e pelo jeito super fã de Jane Austen, outra jovem escritora, novamente inglesa, Alice Osman nasceu no dia 16, só que de outubro, libriana, portanto, embora, pelo tom da aventura em suas obras, certamente há fortes chances de ser sagitariana no ascendente, e é ela quem tem feito muitos jovens admirarem as sagas heróicas em busca do amor dos romances de Austen.

A lista dos livros publicados por Alice é grande e o destaque especial vai para “Heartstopper”, quadrinhos publicados em formato virtual, inicialmente, que contam com belíssimas edições de livros físicos e uma série audiovisual que não para de bombar. Combina história de amor com denúncia de preconceito, exalta a beleza da diversidade e dá um salto ao trazer a obra de Jane Austen na boca dos protagonistas. 

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Qual o segredo do sucesso de “Heartstopper”?

Amor e mediação do mundo. 

A ousadia sagitariana de Alice Osman ascende ao dar voz às personagens que andavam nas sombras nos tempos de Jane Austen: todes estão presentes e orgulhosos de si, porque orgulho na obra dessa autora contemporânea não é o despeito de quem não quer dar o braço a torcer, o novo significado é amor próprio.

Descobrir quem a gente é e ter força interna para enfrentar os preconceitos talvez seja um dos maiores desafios da existência humana. Esse assunto dos signos nada tem a ver com isso, muita gente acha bobagem. O que importa mesmo é que, nesse revelar de charadas sobre quem se é, toda leitura vale a pena (sem contar que foi divertido pesquisar na internet e descobrir que meus palpites estavam corretos: Jane tem ascendente em virgem, Alice em sagitário. Pronto, posso começar a dizer por aí que entendo um pouquinho sobre o assunto?).

Leiam, assistam.

Cai dentro!

Oscar Wilde, também nasceu dia 16 de outubro, igualzinho Alice Osman, olha só! O escritor inglês, embora dos mais brilhantes autores de todos os tempos, foi condenado pela coroa britânica por ser homossexual. Acho que ele iria adorar ler Heartstopper. <3

Se liga nas prateleiras da nossa biblioteca

As aventuras de Tom Sawyer
Pollyanna

Conheça a Coleção BiClássicos, assinada por Telma Guimarães, que conta com: “As aventuras de Tom Sawyer”, escrito pelo autor Mark Twain no século XIX, texto forte para refletir sobre o racismo e a desigualdade social; e “Pollyanna”, de Eleanor Porter, livro publicado no começo do século XX, que conta trajetória da heroína menina que enfrenta as dificuldades com perseverante otimismo. 

Ah, Mark Twain e Eleanor Porter nasceram nos Estados Unidos, não são ingleses como Jane Austen, Alice Osman e Oscar Wilde. Mas os dois são do signo de sagitário. 

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