Pega a visão! Lendo o mundo nas entrelinhas. Se liga que o presente é coisa do passado! Um monte de histórias inspiradas em outras tantas, com dicas de Penélope Martins.
Ser ou não ser, eis a questão!
Ler o livro antes ou depois do filme é um dilema para muitas pessoas. Mas, e quando o livro já traz referências de outro livro, será que vale ler o que é do presente antes de visitar o passado? Diferente da Matemática, em matéria de arte a desordem dos produtos dá bom resultado. Fazer a leitura antes ou depois do filme, do anime, do mangá, não é para ser é um dilema filosófico, nessa ou em outra temporada, o importante é ler como preferir, eis a questão!
E o que Shakespeare tem a ver com isso? Se você nunca leu o poeta inglês famosão no mundo inteiro, saiba que, certamente, já teve contato com muitas de suas obras. Quem nunca se deparou com uma triste história de romance impossível entre duas pessoas de famílias rivais? Pois é, típico de Romeu e Julieta. E o célebre pensador de forma sombria segura um crânio enquanto elabora um plano contra o inimigo? Hamlet, meus caros.
Saiba mais sobre a obra aqui!
Mas se você ainda não está convencido que o poeta medieval continua top nas listas dos favoritos, talvez um mangá que virou anime atice a sua curiosidade…
Bora maratonar?
Pega a visão: complexo, melancólico e cheio de referências, o mangá Zetsuen no Tempest, (O destruidor da civilização), escrito por Kyou Shirodaira e ilustrado pela dupla Arihide Sano e Ren Saizaki, foi seriado e transformado em anime pelo estúdio Bones. Na obra, duas referências literárias se fundem para construir uma trama investigativa que mistura magia com muita aventura e boas doses de tragédia shakespeariana.
A primeira referência aparece no próprio nome do mangá e traz o conflito sobre a terra arrasada e o fim da civilização, relembrando A Tempestade. Além dessa história, Hamlet também serve de inspiração para estabelecer os conflitos familiares e há uma relação direta entre o esqueleto guardado por Samon como arma secreta e o crânio na mão do príncipe, ambos evocando vingança. Mas não para por aí, Zetsuen também mescla mitologia nesse caldo fantástico e faz a gente viajar grandão nas conexões estabelecidas.
Desafios: como dar conta de tanta referência?
Primeiro, por mais que a gente leia, nunca conheceremos tudo, então, relaxa e vai no seu ritmo.
Ler Shakespeare é irado? Sim, principalmente quando a gente consegue associar suas histórias com um monte de outras produções artísticas interessantes e bem executadas. Boa dica é comparar os dois filmes meio antiguinhos sobre Hamlet, um de 1990, com Mel Gibson, e o outro de 1996, com o espetacular ator (esse adjetivo já dá a entender uma certa preferência) Kenneth Branagh.
Hamlet é uma grande tragédia! Calma, isso é uma referência a algo mais antigo que o próprio Shakespeare, porque foram os gregos que definiram o teatro trágico como a saga de um personagem nobre, heroico, que atravessa desafios densos atingindo um final funesto. Ou seja, não é uma história que dá pra rir, mas dá pra comer um saco de pipoca no lugar de roer as unhas. Tenso! A peça foi escrita por William Shakespeare entre 1599 e 1601 e conta a história do príncipe da Dinamarca que deseja vingar a morte de seu pai. O assassino do rei é o próprio irmão, Cláudio, que o envenena tomando seu trono e se casando com a rainha. Uma trama de intenso sofrimento com episódios de loucura real e, também, de muito fingimento. E, pega a visão, se hoje a obra Hamlet coleciona extensa lista de livros, filmes, quadrinhos, animações com inspiração na sua trama sinistra, o próprio William teria se inspirado na figura de Amleto, personagem comum nos romances escandinavos.
Você acha que ler Hamlet em português contemporâneo poderia dar maior fluidez à leitura? Pois saiba que isso já existe! Fernando Nuno é o autor da coleção Biblioteca Shakespeare, e o nosso príncipe da Dinamarca está lá causando rebuliço, sambando na cara da sociedade com uma edição de luxo só porque além de ótima história, a gente quer um livro bonito, sim!
Cai dentro!
GAME E LITERATURA é uma combinação que tem tudo a ver porque todo jogo precisa de um bom roteiro. Seria sinistro um game de realidade virtual com assombradas presenças shakespearianas, quem sabe criam um Hamlet… Mas até lá, saiba que é um tabuleiro inspirado no poeta inglês. O Jogo “Shakespeare: Sonhos de um Bardo”, da Grok Games, inclui cartas que mesclam atores, cenários, objetos e acontecimentos de cena. Cada participante é diretor nesse teatro, e deverá montar o melhor espetáculo!
Para criar um jogo de tabuleiro é preciso estabelecer qual objetivo a conquistar e os desafios que serão encarados pelo caminho. Os livros podem ajudar nesse processo, inclusive para desenvolvimento de personagens.
E aí, que tal criar seu próprio jogo com inspiração nas histórias criadas por Shakespeare?
Pega a visão!
Gostou? Essa foi a primeira atividade da série Pega a visão!, siga nos acompanhando paa conferir mais!