Você é do tipo que vê uma lista de livros para quem gosta de história e já fica animado para as possibilidades de conhecimento novo? Se a resposta foi sim, também deve pertencer ao time que concorda que esse tipo de conteúdo deve chegar às crianças desde cedo, para que descubram o quanto é instigante aprender sobre o passado.
Pois bem, livros para quem gosta de História, no caso das crianças, são livros de ficção histórica infantil. Estes são capazes de transportar crianças – e adultos – ao passado por meio de narrativas repletas de elementos que se aproximam do mundo infantil e, portanto, também conversam com o presente. Os melhores livros para ler de ficção histórica fazem com que os leitores mirins aprendam muito sobre a História ao mesmo tempo que estão imersos em uma trama envolvente.
Para ajudar a descobrir novos títulos, fizemos uma lista com os livros sobre a História do Brasil. Obras perfeitas para levá-los a uma viagem inesquecível, que inclui paradas na Segunda Guerra Mundial, no período da ditadura militar, na inovação da Semana de 22 e muito mais. Sem mais spoilers, vamos conhecê-los?
O menino que queria ser prefeito
Em O menino que queria ser prefeito, Murilo, o protagonista, um dia vai à Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo (SP). Lá, ele vê um menino rodeado por uma pequena multidão, abraçando e cumprimentando todos: é o prefeitinho do parque. A partir dali, Murilo passa a sonhar em ser prefeitinho também – assim teria passe livre para brincar à vontade. E não é que seu sonho pode se tornar realidade? Mas, para que isso aconteça, ele precisa estudar muito e concorrer a uma eleição de verdade. O elemento que inclui a obra nesta lista de livros para quem gosta de História é que, na época em que se passa a aventura de Murilo, o Brasil passava pela ditadura militar, ou seja, não havia eleições diretas. Murilo tem muito o que aprender sobre o processo democrático e sobre liberdade, assim como os seus leitores. De uma maneira divertida, este livro permitirá que os jovens entendam um pouco mais sobre ética, democracia e também sobre um período bastante conturbado da História do nosso país.
Dois continentes, quatro gerações
Louis não gostava nem um pouco de estudar História. Ainda mais agora que a professora passou, em plenas férias, uma tarefa sobre suas raízes familiares. Ele nasceu nos Estados Unidos e sabe que sua mãe é brasileira. O que mais poderá escrever em 10 páginas? O que Louis não sabia, e vai descobrir junto dos leitores de Dois continentes, quatro gerações, é que essa tarefa resultaria em grandes aventuras e descobertas incríveis sobre a vida de seu avô polonês, Lejzer, que imigrou para o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Por meio das memórias de sua mãe, fotografias antigas e de uma parte importante e triste da História, Louis descobrirá que, embora muito diferentes, as infâncias de avô e neto tiveram seus pontos em comum, ligados por algo maior do que o destino. Para saber o que é, só mergulhando nessa instigante narrativa.
Aquilo que ninguém vê
Aquilo que ninguém vê é um livro sobre o Brasil e uma homenagem a uma mulher extraordinária – e a tantas corajosas mulheres anônimas de nossa História: Anália Franco. Na trama, que celebra encontros que não devem ser tratados como simples coincidência, conhecemos Benjamin, que se lembra de André com carinho; e André que, no entanto, guarda traumas do encontro com Benjamin que mudou os rumos de sua vida. Para tirar esse caso a limpo e sensibilizar Benjamin, André conta toda a saga das mulheres de sua família: começando por sua tataravó Sange, trazida para o Brasil como escrava, passando por Benedita e depois Amélia, que rompeu com a escravidão e encontrou em Anália Franco uma mãe adotiva. Anália revolucionou a educação brasileira, acolhendo a todos sem distinção em um tempo em que a cor da pele determinava quem era cidadão.
Os sete da independência
Independência ou morte! Um momento decisivo na História do Brasil. Mas este foi apenas um momento, eternizado em marcantes obras de arte. O que aconteceu antes daquele dia em que Dom Pedro I declarou a independência? Quem foram os personagens históricos envolvidos? É o que Os sete da independência busca responder com base no famoso quadro “Independência ou morte”, de Pedro Américo. O autor, Gustavo Penna, investigou a trajetória de sete indivíduos intimamente envolvidos no processo de independência do nosso país para recriar a trama de como o Brasil resolveu se separar de Portugal, há quase 200 anos. O resultado é uma obra que mistura ficção, imaginação e fatos históricos de um jeito inteligente e convidativo.
Nasci em 1922, ano da Semana de Arte Moderna
Para fechar nossa lista de livros para quem gosta de História: Nasci em 1922, ano da Semana de Arte Moderna. Nesse livro, não são as paredes que têm muito o que contar, mas sim os objetos de um museu. E a narradora desta trama? Manuela, a máquina de escrever de ninguém menos do que o grande Mário de Andrade. Ela esteve presente no começo da Semana de Arte Moderna, escreveu com Mário e para Mário e agora ela vem quebrar o silêncio para contar como tudo ocorreu. Uma narrativa criativa e instigante, que resgata um momento essencial da cultura brasileira, especialmente feita para os jovens leitores descobrirem ainda mais coisas sobre esse acontecimento artístico que mudou o Brasil.