Pega a visão! Quem foi Zumbi dos Palmares?

Pega a visão! Lendo o mundo nas entrelinhas. Se liga que o presente é coisa do passado! Um monte de história para criança inspirada em outras tantas, com dicas de Penélope Martins.

Pega a visão! Quem foi Zumbi dos Palmares?

O mês de novembro guarda como marco o Dia da Consciência Negra. O dia 20 do mês foi atribuído para relembrar a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, que morreu em 1695. Mas quantas pessoas sabem quem foi Zumbi dos Palmares? 

O Quilombo dos Palmares, atualmente, se chama União dos Palmares e fica no Estado de Alagoas. Como outros quilombos, Palmares foi fundado por um núcleo de resistência contra o sistema de escravização, que teve em Ganga Zumba e Zumbi importantes lideranças.

Palmares com mais de trinta mil habitantes

Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba, se tornou expoente na luta contra a escravização com apenas vinte anos de idade. Muitos acreditavam que ele era imortal e, por esse motivo, Zumbi teve sua cabeça cortada, aos quarenta anos, para ser exposta como símbolo de poder pelos colonizadores portugueses.

Embora a história de Palmares seja uma referência essencial para a compreensão da formação da sociedade brasileira e do racismo estrutural que emerge das relações contemporâneas, pouco sabemos e aprendemos acerca dos fatos que se passaram no período. 

Uma prova disso é a data ser incluída apenas como feriado municipal, cabendo a cada prefeitura de cidade aderir ou não à inclusão do marco histórico no calendário oficial.

Histórias de sangue e tragédia 

Histórias de sangue e tragédia, como a de Zumbi, permeiam a História brasileira e são imprescindíveis em leitura e estudo para que possamos transformar a realidade, tornando possível a igualdade de direitos para todos os cidadãos no caminho de construção da justiça social.

Muitas canções falam sobre esse herói brasileiro, nascido em Palmares e ali criado até se tornar seu líder mais expressivo. 

Uma delas, de autoria do músico Jorge Benjor, retoma em seus versos as injustiças e afirma que as princesas estavam à venda juntamente com seus súditos acorrentados.

Embora pouco se saiba sobre Dandara, mulher de Zumbi, é possível que ela, assim como o próprio Zumbi e Ganga Zumba, fizesse parte da realeza no seu território de origem. 

Mais do que princesa, Dandara foi uma guerreira articuladora fortemente comprometida com a luta anti escravista, vivendo e morrendo por seu ideal ao lado do povo de Palmares. 

Em busca de justiça social 

O apagamento histórico dos povos africanos continua sendo um desafio para recuperação e leitura minuciosa dos fatos, no entanto, expoentes da literatura atual têm contribuído para que leitores tenham acesso às informações e reformulam seus imaginários desconstruindo a mítica da colonização para fundar um novo pensamento, sobretudo livre, mas, também, orgulhoso de ser afroafetivo por toda contribuição de saberes na construção da identidade brasileira.

Pega a visão e cai dentro!

A série americana Dear White People, traduzida como “Cara Gente Branca”, produzida pela Netflix, surpreendeu os fãs do Brasil quando contou, em um de seus episódios, a história de Zumbi e Dandara. Para quem não conhece Sam, a afiada protagonista da série, fica a dica para maratonar. 

Mas a gente não para por aí, não, porque o Brasil também tem referências fortíssimas para colar com esse debate do audiovisual. Lázaro Ramos, ator consagrado por diversos papéis em cinema e televisão, inclusive em “Ó paí ó” (filmaço!’), dirigiu, em 2022, Medida Provisória, com elenco para aplaudir de pé. 

Nomes como Seu Jorge, Taís Araújo, Adriana Esteves, Renata Sorrah e Alfred Enoch, atuando nessa distopia que gera indignação e comoção na plateia. Para aplaudir de pé, ainda mais com a sonzeira de Elza Soares, na trilha do filme. Já viu? Confira o trailer oficial. 

Quer mais?

Já ouviu falar de Miriam Makeba? Não? Ela também é chamada de Mama África, isso te diz alguma coisa? Chico César manda lembranças. 

Miriam Makeba, nascida em Joanesburgo, em 1932, viveu até o ano de 2008, foi cantora e embaixadora da ONU por seu ativismo em direitos humanos. 

Além de colocar sua belíssima voz em canções como Malaika, do músico tanzaniano Adam Salim, Makeba gravou, “Mas que nada” e “Chove Chuva”, canções de Jorge Benjor.

Se liga!

Nas prateleiras da nossa biblioteca, conheça Malaika, de Cassiana Pizaia, Rima Awada e Rosi Vilas Boas, lançamento de 2022, que integra a Coleção Mundo sem Fronteiras, da nossa Editora do Brasil. A história, além de abordar o refúgio da garota congolesa, recupera a força de um povo que luta contra toda espécie de vulnerabilidade em seu país, inclusive o desmatamento e a exploração de mineração que agridem o meio ambiente, tornando insustentável a vida.

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